A Guerra do Vietnã em Forrest Gump.

 

A Guerra do Vietnã foi um dos conflitos mais impactantes do século XX. Devido a sua brutalidade, essa guerra é o mais sangrento dos anos 1960 e um dos mais longos da Guerra Fria. O conflito está presente em Forrest Gump, sendo utilizado pelo longa-metragem não apenas como um fundo histórico, mas também como elemento crucial no desenvolvimento do protagonista e de outros personagens secundários.

No filme, Forrest é recrutado pelo exército dos Estados Unidos e é enviado ao Vietnã, onde ele participa do conflito sem entender completamente as razões políticas ou ideológicas por trás da guerra. Essa perspectiva inocente e despretensiosa oferece uma crítica sutil à brutalidade e ao absurdo do conflito, evidenciando a desconexão entre as decisões dos governantes e as consequências vividas pelos soldados.


Forrest Gump na Guerra do Vietnã.

Durante a guerra, Forrest demonstra coragem e lealdade, salvando vários companheiros feridos em combate, incluindo seu amigo Bubba (Mykelti Williamson). Essas ações o tornam um herói de guerra, contrastando com a maneira como muitos veteranos foram tratados ao retornarem aos Estados Unidos. O personagem do Tenente Dan (Gary Sinise), que perde as pernas na guerra, representa o trauma psicológico e físico sofrido por muitos veteranos, além da frustração com o destino e a perda de propósito após o conflito. Mas afinal, o que foi a Guerra do Vietnã?

A guerra aconteceu entre 1959 e 1975, mas na verdade, ela teve início em 1945, quando a Indochina, conquistada e invadida pela França no final do século XIX, quis se tornar independente. Depois de passar por este conflito, chamado de A Guerra da Indochina, em 1954, o país foi dividido em duas partes: Vietnã do Sul, capitalista, e Vietnã do Norte, comunista.

O Sul era dominado por uma elite europeizada, já o Norte, liderado por Ho Chi Minh, aspiravam uma independência e apoiavam uma forte guerrilha rural do Sul, o Exército de Libertação do Vietnã do Sul, ou também conhecidos como Vietcongues.


Guerrilheiros do grupo Viet Cong durante o conflito.

Em um mundo bipolarizado da Guerra Fria, os Estados Unidos temeram uma possível vitória do comunismo do Vietnã do Norte. Por conta disto, sempre ofereceram armamentos ao Sul desde 1959. Contudo, em 1965, utilizando-se de uma Fake News como justificativa, o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Lyndon Johnson, autorizou ataques em massa ao Vietnã do Norte.

A participação americana no conflito foi marcada por polêmicas, o exército americano foi massacrado pela crítica por promover massacres contras civis de pequenas aldeias. Além da constante utilização de bombas, armas químicas e napalm nos guerrilheiros e civis.

A partir de 1967, as críticas e os protestos nos Estados Unidos contra a brutalidade e a participação no conflito se tornavam massivas. Esses protestos eram encabeçados pela juventude do país, com movimentos como: O movimento hippie e a Contracultura. Por conta da guerra, a polarização e a violência política aumentaram na sociedade norte-americana, ilustradas pelos assassinatos de John F. Kennedy, Martin Luther King e Robert Kennedy. O país entrava numa crise política, social e moral.

Esses fatores influenciaram a saída dos Estados Unidos do conflito, em 1973. Com a saída dos norte-americanos, o Vietnã do Sul perdeu forças, em virtude disto, as forças comunistas do Norte ganhavam cada vez mais batalhas. Em 1975, teve a derrubada do governo do sul vietnamita, levando a unificação e a vitória do Vietnã do Norte.

Após a guerra, acredita-se que de 1,5 a 3 milhões de pessoas tenham morrido no Vietnã, sendo a maioria vietnamita. O uso de bombas e armas químicas causaram grave contaminação do solo e afeta até hoje o Vietnã, aumentando o número de doenças, como o câncer. Além disto, o conflito “manchou” o nome dos Estados Unidos, assim como, também provocou várias crises em seu território.

Referências:

NAPOLITANO, Marcos. Juventude e Contracultura. São Paulo, Contexto, 2023.

HOSBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914 -1991. São Paulo: Cia das Letras, 1995.


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